terça-feira, 28 de julho de 2009

Lembrei-me dos póneis

Ao ver os burros na feira medieval de Óbidos, lembrei-me dos póneis de há dois anos...

Há dois anos atrás, fui a uma daquelas festas tradicionais onde existem carrosséis, farturas, algodão doce, música pimba e muita parolice à mistura. Tal como esperado, havia carrosséis de todos os tipos, desde os mais calmos aos mais malucos, mas havia um que me revoltou desde o primeiro momento em que o vi. Era um carrossel de seis póneis reais que passavam o dia, segundo as informação que me deram na altura, amarrados ao carrossel das 10 horas da manhã às duas horas da manhã do dia seguinte a transportar crianças em círculos. Não consigo expressar a minha revolta quando vi tamanha injustiça. Primeiro, é injusto porque os pobres dos póneis não tinham escolha senão ficar ali aquelas horas todas à espera de "mercadoria"; segundo, porque estavam a ser francamente explorados; terceiro, porque não tinham condições nenhumas e quarto e quinto e por aí fora... é injusto e basta! Nessa noite tirei algumas fotografias ao carrossel, apesar de ainda não saber o que fazer com elas. Quando regressei a casa, passados uns dias, lembrei-me de telefonar a uma dessas associações que têm como objectivo defender os direitos dos animais, embora estivesse bastante céptica em relação aos resultados desta decisão. Atendeu-me um senhor bastante simpático que rapidamente percebeu a situação, já que não era a primeira pessoa que se revoltava com uma situação daquelas, e pediu-me para lhe enviar por e-mail as fotografias que tinha do tal carrossel. Bom, resultados: duas semanas depois de ter enviado as fotografias, soube que as pessoas responsáveis pelo carrossel tinham sido processadas. O carrossel continuou a funcionar, contudo com apenas dois a três póneis de cada vez para que os animais fossem descansando alternadamente.

Isto faz-me pensar que, apesar de pouco, algo foi feito e vale mesmo a pena fazer qualquer coisa. A associação que contactei referiu que, de facto, existem muito poucas leis em relação aos animais, mas o que é certo é que para as mudar é necessário que as pessoas dêem a conhecer a sua revolta com o que vão presenciando. A maioria de nós acha que não vale a pena, mas também não custa muito enviar um e-mail ou fazer uma curta chamada que até pode fazer bastante diferença. Referiram também, que estão preocupados com os burros das feiras medievais, pois nem sempre são tratados nas melhores condições nestas circunstâncias.

Enfim, no fundo, estejam atentos e participem!

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