sábado, 27 de junho de 2009

Portugueses e desodorizantes

93% dos portugueses usam desodorizante!
De acordo com os resultados do estudo Target Group Index (TGI) da Marktest, 93% dos portugueses usam desodorizante.

De acordo com os dados Target Group Index (TGI) Portugal, Setembro 2008, 93% dos portugueses com idades entre os 15 e os 64 anos, residentes em Portugal Continental, afirmam ter usado desodorizante nos últimos 12 meses.
No que concerne à análise da variável sexo, os dados TGI revelam que 96% das mulheres e 90% dos homens usaram desodorizantes no período em análise.
Focalizando a análise na variável idade, verifica-se que independentemente do grupo etário, a penetração de desodorizantes é sempre superior a 90%, contudo é junto dos indivíduos com idades compreendidas entre 55 e os 64 anos, o uso deste tipo de produto é menor (91%).

Uma análise por região Marktest, revela que 95% dos indivíduos residentes na região da Grande Lisboa e no Litoral Centro afirmam ter usado desodorizantes nos últimos 12 meses. No Interior Norte é onde se regista uma menor utilização deste tipo de produto de higiene (90%) quando comparado com as restantes regiões.

Grande Lisboa - 95%

Grande Porto - 94%

Litoral Norte - 93%

Litoral Centro - 95%

Interior Norte - 90%

Sul - 93%


Os dados do TGI Portugal (Setembro de 2008) indicam ainda que, junto dos indivíduos que utilizaram desodorizantes, 79% usaram roll-on, 32% spray e 15% stick. As versões cremes e toalhitas foram referidas por 13% e 3% respectivamente.



Vá lá.. nada mau...mas e os restantes 7%? Será que os 93% usam desodorizantes realmente eficazes? Hmmm... Porque é que os homens usam menos que as mulheres? Hmm..cheiro a cavalo é à macho..? Hmm... faz-me recordar um senhor que foi lá à USF e que já tinha estado em África. Ele dizia que alguns desodorizantes atraiam os mosquitos e que quem não usasse nada, os mosquitos não eram tão atraídos. Ironicamente, ele próprio ja teve a sua experiência de Malária. Apesar disso, não deixou de dizer: "... por isso, e mesmo assim, prefiro cheirar a cavalo!". Escusado será dizer que... cheirava mesmo "a cavalo"!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Seguro na Insegurança

Hoje, lá na USF…

“Não, amanhã não marque por favor! Amanhã, a minha mais que tudo quer ir dar um passeio fora daqui, porque fazemos 43 anos de casados…”

Que bonito! Não é? 43 anos de casamento é uma vida, como se costuma dizer! Não, não pretendo discutir o prazo de validade do amor (se é que existe), ou se o amor vai mudando ao longo da vida, ou se é sempre igual… não! Isso está mais que batido, embora, penso eu, que conclusões generalizadas nunca poderão ser alcançadas, muito menos neste tema. Agora, o que a mim faz confusão é essa tal segurança na relação que o casamento tanto proporciona, ou tenta proporcionar.

Continuo a achar que qualquer que seja o relacionamento, ele nunca pode ser seguro. Nunca pode ser seguro pelo simples facto de perder toda a sua atracção, toda a sua adrenalina e incentivo. Ora, dar uma pessoa como garantida não só é possessivo, como não oferece entusiasmo à relação, deixando-a ir morrendo aos poucos até alguém acordar, arriscando-se a ser tarde demais. E, no fundo, se virmos bem, não custa nada ter esse empenho revitalizante que não deixa a fogueira apagar, podem ser palavras sinceras, podem ser pequenas acções que valem ouro, podem ser pequenas grandes surpresas, pode ser tanta coisa e não serem necessários grandes recursos, porque o sentimento e a intenção estão lá.

Vai tudo dar no mesmo: viver no aqui e no agora, porque o momento que se segue poderá nunca acontecer. Apesar disso, o presente é incerto e dá-nos comichão na cabeça, não é seguro. Mas, para ser seguro, mais valia ter uma relação com um morto e, nesse caso, julgo eu, não iria haver prazer nenhum. A incerteza, a hesitação, o tremer, quer queiramos quer não, fazem parte do estar vivo. Não será em todos os casos, mas existem por aí muitos maridos e esposas, ou mesmo namorados e namoradas, que vivem mais no passado que viveram e nos extractos de conta bancária que têm. Como se não bastasse, depois anda por aí a dita mulher sempre a dizer que o seu dito mais que tudo não a ama como antigamente. Caramba mulher, ainda estás viva!

Ora, a segurança nunca satisfaz, mas na insegurança há o medo de que a relação se possa perder, porque tal como um dia apareceu, como um estranho, desaparece um dia, de repente, e não há maneira de a agarrar, nem de a segurar. O amor não é de fiar. E o mais estranho é que o amor pressupõe confiança, mas não é de fiar. Naquele momento é total, mas o momento seguinte fica em aberto. Poderá crescer, mas poderá igualmente evaporar. Por outro lado, o amor não pode ser pedido. Se o amor for dado sem ser pedido, se for uma dádiva, então ele transcende. Se a confiança for pedida, ela escraviza. Mas se a confiança nascer de dentro, algo transcende. Pedidos ou encomendados, o amor e a confiança tornam-se falsos. Quando surgem por si mesmos, possuem um imenso valor intrínseco.

Por isso, amar é agora, porque ninguém sabe o que vai acontecer no momento seguinte, e é por isso que o amor não pode ser adiado nem por um instante. Até porque, se virmos bem, se vivermos totalmente neste momento, há grande probabilidade de, no momento seguinte, a outra pessoa ainda estar disponível.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Há hoje...

O tempo que não volta atrás é o tempo que lá ficou.

O que há parece o que ficou mas já não volta e permanece lá.

O que lá há atrás vem até cá, mas de lá não saiu e só cá vem uma amostra.

Parece continuação o que há, mas o que há já nao é o que lá havia.

Podiamos trazer de lá para cá, quero o que lá há, traz para cá.

Ao trazer para cá, junta ao que há e faz um "há" maior.

O que há não é bem o que havia, é o "há" diferente, pois o que hoje há continua a ser uma descoberta do que ontem havia.

Hoje não é ontem, amanha não é hoje, vamos ver hoje o que será amanha.

O que o amanha trouxer será melhor do que há e do que havia.

Há que viver o que há e o amanha trará a continuação.

Viver o que há e uma oportunidade...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Elogio ao Amor" por Miguel Esteves Cardoso

Não consigo deixar de publicar...

"Quero fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível.
Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito.
Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito.
Porque faz sentido.
Porque é mais barato, por causa da casa.
Por causa da cama.
Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão,fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado.
Os amantes tornaram-se sócios. Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões.

(...)

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas,farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do"tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananoides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, odesequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

(...)

O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade .É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.

Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito dificil, por muito desesperadamente.

O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber,amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra.A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E vale-la tambem..."


Miguel Esteves Cardoso in "Expresso"

Do guarda-chuva ao coma

Hoje, na USF, chega um senhor para uma consulta e conta a sua história azarenta:

"Porque é que tenho o meu olho neste estado? Então, há uns tempos atrás, ía eu na rua, no passeio, e em sentido contrário ao meu, vinham três irmãs (freiras) com uma mala bem grande. O tempo não estava muito favorável e estava a chover, pelo que as irmãs levavam o guarda-chuva aberto. Quando ía a passar por elas, uma das ditas cujas espeta-me uma vara do guarda-chuva no olho, tropeço na grande mala e mergulho de cabeça no vidro de uma ourivesaria quebrando-o e, como se nao bastasse, para finalizar caiu para trás de cabeça no chão. A partir daí não me lembro de mais nada. Estive cinco dias em coma!"

É preciso ter azar!

domingo, 7 de junho de 2009

O medo da atracção

Todos nós gostamos de nos sentir atraentes e, desde o fazer muito ao fazer pouco, tentamos ser o mais belo possível. Queremos sentir-nos atraentes porque nos sentimos melhor, aumenta o nosso ego, queremos impressionar uma pessoa ou um grupo de pessoas, queremos que outra pessoa tenha orgulho em nós, ou até mesmo para conseguirmos um emprego, incluirmo-nos numa comunidade, etc. Tentamos que o melhor de nós venha ao de cima e o que não temos de tão belo seja disfarçado ou modificado ou escondido. Mas, quando se trata do sexo oposto e de alguém com quem podemos ter um relacionamento, ficamos, por vezes, com medo da beleza dessa pessoa. É que as pessoas atraentes podem ser bem assustadoras! O mais estranho é que olhamos para elas e queremos relacionarmo-nos, mas depois torna-se sufocante e parece que não era bem aquilo que desejávamos ou que tínhamos idealizado, porque no fundo está ali aquela pessoa que tanto nos atraiu e, no entanto, falta ali qualquer coisa. Por outro lado, se são atraentes estão mais propensas a interessarem-se por outras pessoas, assim como terão mais pessoas interessadas nelas. O problema é que, se elas são atraentes, agarramo-nos ainda mais a elas e nem sempre somos capazes de as deixarmos, mas ao mesmo tempo vamos deixando de sermos nós mesmos, como se fossemos, de certa forma, escravos delas. Ora, seria mais fácil sair de uma relação com alguém que considerássemos mais comum do que de uma relação com alguém extraordinariamente belo. Pelo contrário, se a outra pessoa é feia, podemos ser nós a possuí-la e essa pessoa vai esforçar-se muito mais na relação de forma a compensar o outro factor.

Talvez esta seja uma perspectiva um tanto fútil, embora não pouco frequente, já que outros factores se levantam, como o ajuste e a harmonia entre duas pessoas. O que é certo é que também não é pouco frequente as pessoas sentirem-se angustiadas quando estão sozinhas ou sentirem-se angustiadas se a outra pessoa com quem estão não se ajusta, de facto, a elas. O que penso, e não deve ser assim tão diferente da opinião de muitos, julgo eu, é que as pessoas feias também se ajustam a alguém e tornam-se belas para esse alguém, porque estão em jogo muitos outros factores e, claro está, há sempre algo de belo em cada um. No entanto, o processo é diferente porque é o amor que induz a beleza, e não o oposto. E, claro está, o importante é este mesmo ajuste, esta sensação de que “a cada homem há uma mulher que lhe corresponde e que a cada mulher há um homem que lhe corresponde”, tal como dizia George Gurdjieff.

Osho dizia assim:
“Se amar uma pessoa, ame essa pessoa. O que acontecerá amanhã não importa. Hoje é muito, este momento é uma eternidade. O que acontecerá amanhã, logo se verá… quando o amanhã chegar. E o amanhã nunca chega. O amor verdadeiro situa-se no presente.
Lembre-se sempre: qualquer coisa verdadeira tem de fazer parte do presente. Então não há problema! Não se coloca a questão da atracção e do medo.
O amor verdadeiro partilha; não serve para explorar o outro, não serve para possuir o outro. Os problemas surgem quando quer possuir o outro: talvez o outro o possua a si. (…) Se não quiser possuir o outro, então nunca sentirá medo de o outro poder vir a possuí-lo. O amor nunca possui.”

De qualquer forma, e tal como em todos os medos, eles devem ser enfrentados e destruídos, e só há uma forma de o fazer, é entrar neles. Por isso, é assustador mas há que entrar, deixar cair as defesas e permitir que deixe de ser assustador. Assim, mais vale relacionarmo-nos com as pessoas e aniquilar o medo. Até porque ninguém quer ser amenamente belo, certo?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Vá lá machos...

Na semana passada fui jantar a um restaurante daqueles finórios nos quais olhamos para a mesa e vemos uma colecção de copos, talheres a brilhar, pratos a condizer, guardanapos de pano, um ambiente requintado e uma decoração simples, moderna e de luxo. O serviço, como não podia deixar de ser, também era do melhor e de acordo com a mais alta etiqueta: copos mal cheios, bebidas e refeições apenas e só servidas pelos empregados, sobremesas em carrinho...

Olhei à minha volta, o restaurante estava semi cheio, semi vazio e frequentado por famílias, grupos de amigos e grupos de casais. Pergunto-me: onde estariam os casais românticos de hoje em dia? Sim, um restaurante tao agradável e já não se vêem aqueles jantares românticos a dois num bom restaurante. Aqueles jantares que tanto se vê nos filmes e que são tão fáceis de reproduzir na vida real! No fundo, é uma surpresa simples que pode começar com o envio de uma mensagem do macho para a fêmea: "veste o vestido preto, aquele vestido preto... arranja-te e não faças perguntas! ;)". Digo vestido preto porque é o classico, é "o" vestido preto, aquele que todas as fêmeas se sentem bem femininas e que o guardam carinhosamente no armário à espera de uma oportunidade para o usarem. Claro está, depois do jantar pode sempre haver um passeio agradável e, quem sabe, algo mais...

Por isso, vá lá machos! Não se acanhem e levem as vossas fêmeas a jantar num bom restaurante. Eu sei, eu sei que a vida está difícil e que seria mais fácil um jantar aconchegante e calmo em casa preparado com carinho, o que, sem dúvida alguma, é uma excelente hipótese, mas vão poupando aos pouquinhos, sempre é um programa diferente. As vossas fêmeas vão ficar felizes e se elas ficam felizes também vocês têm festa em casa!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

"Insulto ao amor" by O Arrumadinho

"O amor é o maior filho da puta à face da terra. É um falso, um embuste, um sacana da pior espécie. É o escroque que se embrenha em nós, que nos consome, que nos corrói, que se cola como uma lapa e que depois, quando nos queremos ver livre dele, recusa-se a ir. E não nos larga o coração e suga-nos até à alma.
O amor é tudo o que não se quer. Porque não dura sempre – e nós sabemos que ele não dura sempre e teimamos em idolatrá-lo. Enquanto dura, enquanto existe no ar, enquanto alimenta uma vida, finge-se de herói, de salvador, de deus da alegria. Mas anda a enganar-nos a todos. O amor é um Judas, um Robert Ford, é o vira-casacas que nos entrega aos bandidos, que nos espeta uma faca nas costas. É o cínico que se faz de amigo, de gajo porreiro, para que quando viremos costas nos atirar para a valeta.
Miguel Esteves Cardoso fez um dia o elogio ao amor. Ah! Ah! Só dá para rir. Elogiar o quê? O amor puro só serve para vender bilhetes de cinema, porque não há amor puro, porque se houvesse o amor puro venceria tudo, aguentaria embates com a força de um camião TIR, derrubaria fortalezas, esmagaria exércitos, mas não, o amor puro só faz isso no cinema, porque é nas telas e nos guiões que ele existe. Diz o Miguel que o amor é uma coisa e a vida é outra. Nisso tem razão. A vida é o que é, é o que nós fazemos dela, o amor não, o amor é um traste que quando se quer ir embora vai e não liga puto a quem o tratou bem, a quem acreditou nele, a quem lutou por ele – falso, Judas, cabrão de merda.
O amor é uma praga que se espalha e se impregna nos corações dos fracos, porque ele sabe que todos somos fracos e que todos queremos encher o coração com alguma coisa. Geralmente é com o amor, que chega de pantufas, pé ante pé, mergulha no quentinho do coração e tapa-se até às orelhas. E ali fica, como se fosse a coisa mais querida do mundo. Só que ele não dorme. Ele finge que dorme, porque - não sei se já disse - o amor é um falso, um paneleiro sem vergonha, que só nos quer conquistar para mostrar que é forte, que move marés, faz o sol brilhar e gera tempestades. E é isso que ele faz. Mostra-nos o sol, para logo de seguida nos espetar com um trovão nos cornos, que nos frita os miolos e nos manda desta para melhor.
O mundo está cheio de gente enganada, de gente infectada por esta doença mascarada de coisa fofinha, esta coisa que diz chamar-se amor. A esses, aos enganados, aos pobres coitados que pensam que ganharam o Euromilhões porque têm o coração cheio, só deixo um recado: não perdem pela demora. O amor só está à espera do melhor momento para vos fulminar. É no momento em que virarem costas, é no momento em que se mostrarem frágeis, é no momento em que derem o flanco, é aí, meus caros, que estão fodidos.
Porque noutra coisa o Miguel Esteves Cardoso tinha razão: o Amor é fodido."
by O Arrumadinho
Está, talvez, um pouco agressivo, mas é o que pensamos (penso) de vez em quando. Embora, por muitas vezes que pense assim, não consigo deixar de acreditar naquele tal amor puro dos cinemas "que vence tudo, que aguenta embates com a força de um camião TIR, derruba fortalezas, esmaga exércitos". Não, um amor assim não pode vir só de telas e guiões. Por muito que seja verdade, eu não posso acreditar nisso.
Ai vida! Não me dês essa facada!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Dá para compreender?!

Hoje, lá na USF, aparece uma família para consulta de saúde infantil. É uma família com mais do que um filho, o último de 8 meses, que vive de rendimentos mínimos e recorreram à USF para a vacinação deste último filho. Para já, nada de anormal, até ouvir a mãe do bebé: "Já estava na hora doutro filho... sabe como é... o subsídio..". É aqui que o queixo me descai um pouco, até descair por completo quando soube que este mesmo casal se lembrou de adicionar açucar ao leite em pó que o bebé ingeria. Segundo o pai, o bebé não bebia o leite todo há cerca de 3 dias e, por isso, lembrou-se de adicionar açucar, "só um bocadinho mesmo", já que assim "podia ser que ele bebesse". Pois bem, tanto deve ter bebido e tao "pouco" deve ter sido o açucar adicionado, que o bebé entrou em estado coma e teve de ser internado. O bebé entretanto já foi para casa, mas pelo que sei, os pais têm agora um processo social. Dá para compreender?!


As consultas de planeamento familiar são sempre famosas pelas suas variadas histórias. Ora aparece uma senhora que se lembra de tomar todos os comprimidos da pílula num só dia, ora aparecem senhores cuja potencia é tal que, segundo eles, devido a isso gastam muitos preservativos, ou ainda senhoras que se esquecem dos tampões na vagina porque os colocaram apenas por estarem com muito corrimento e, depois de terem relações sexuais, se lembram que, se calhar, têm um tampão lá metido devido ao mau cheiro que começaram a sentir. Ora vamos lá minha cara senhora, abra as pernas e cá vamos nós em busca do fedorento rato perdido lá pelo meio da rata!
Hoje ouvi mais uma história que nao podia deixar de contar. Então, esta é a história de uma ucraniana que recorria ao centro de saúde, não só, mas também, para ir buscar a pílula e, claro está, evitar uma gravidez indesejada. Até aqui nada de anormal. Nada de anormal até esta senhora deixar de aparecer para ir buscar a tal pílula, pelo que foi questionada pelo respectivo médico. Pois bem, a explicação é simples! A senhora, para ir buscar a pílula, precisava de faltar ao trabalho, ou seja, lá ía o ordenado daquele dia. Bom, fazendo contas, o aborto na Ucrania é cerca de 30 euros... logo... "para quê tomar a pílula se posso ir à Ucrania fazer um aborto por 30 euros e poupo o meu ordenado, eim?" Eu não sou contra o aborto, mas... dá para compreender?!

A Sosquinha...

A Sosquinha, com cinco anos, fechava a avó no galinheiro. Não é que fosse por maldade, mas fazia-o por pura traquinice...

A Sosquinha gostava muito de pensar e observar tudo à sua volta. Não que agora não goste, mas às vezes prefere não pensar...

A Sosquinha vivia num mundo de contrastes. Não que não haja contrastes agora, mas estão mais em equilíbrio...

A Sosquinha vivia num mundo de fantasia. Não que agora não viva nele, mas ilude-se um bocadinho menos...

A Sosquinha vivia no mundo do romance, do sonho e do devaneio... este mundo nunca deixou...

é um bocadinho da Sosquinha...