Há uma certa tendência para procurarmos o tal da nossa vida, especialmente nós, as mulheres, embora me cheire que no caso dos homens não deve ser assim tão diferente, pelo menos a partir de certa altura da vida. Ou talvez a maioria de nós já pensou ou pensa que determinada pessoa era o/a tal. Não sei bem se fui a tal para algum dos especiais que fizeram parte da minha vida até hoje (e relembro-os com muito carinho). Eu acuso-me, já o pensei e já o disse a uma ou outra pessoa importante para mim em tempos. Também me acuso de o ter dito sem sentir ser verdade, coisa que espero não voltar a fazer, embora a frase do tipo “nunca vou amar alguém como amo a ti” nunca tenha saltado de mim (e ainda bem!). Por muito boa que seja a intenção ou mesmo a convicção, e acredito que esteja lá na maioria das vezes, não deixa de soar a mera promessa resultante de emoções ou a compromisso falível com projecções para o futuro. A verdade é que quando muito, podemos falar do presente. Em relação ao futuro, talvez quando tiver muitas ruguinhas e cabelos brancos ou uma vida cheia de experiência, possa chegar à conclusão que de facto, a pessoa que envelheceu comigo era e é o meu tal, ou então que o tal era aquele que lá ficou para trás no tempo (espero que não). E é então nessa altura, aí sim, que ouvir “foste a mulher da minha vida” aquece realmente o coração.